domingo, 7 de agosto de 2011

Decadencia de uma Festa

   Uma das mais tradicionais festas de nossa cidade está com os dias contados. É o que prevejo caso não mude o conceito na sua estrutura e na sua produção. Quem conheceu a Festa das Neves, sabe do que estou falando.
   Criada desde o século XIX para se comemorar o aniversário da cidade e de sua padroeira, infelizmente a maior referência em manifestação de rua dos últimos 50 anos tem sido gradativamente prejudicada pela falta do interesse público e o descaso de várias e sucessivas gestões municipais que não estão preocupadas em dar continuidade as nossas tradições e nem tão pouco na sua preservação. Estive lá e comprovei essa triste realidade.
   Antigamente a festa tinha um ar nostálgico e de puro comprometimento com a nossa cultura. Existia aconchego e uma essência peculiar que atraía a família paraibana a uma verdadeira celebração do profano com o religioso. E o que vemos hoje? Uma festa completamente fragmentada, dispersa, suja e desrespeitosa com a população. Parece-me que realizam o evento simplesmente para cumprir um calendário, como se fosse uma mera obrigação do poder público, mas sem nenhum compromisso em qualificá-la. Afora os shows do Ponto de Cem Réis, nada acontece!
   É verdade que a cidade cresceu tomando outras proporções, mas retirar o evento de perto da Catedral foi no mínimo contraditório. Dividir a festa em várias ruas e praças só fez também contribuir para que o evento se dispersasse. Acabou-se o aconchego. Perdeu-se na unidade. Na verdade a Festa das Neves servia como um grande encontro anual pontuado pela celebração da cidade e de seus munícipes. Existia calor humano e energia de sobra nas várias barracas de jogos populares em sua volta.  Os pavilhões armados na Rua General Osório concorriam entre si, numa espontânea e virtuosa alegria que dava prazer participar e compartilhar de todas elas. Havia “correio sentimental”, distribuição de brindes, leilão de gastronomia e bebidas, brincadeiras, bingos, grupos musicais variados, muita dança e alegria o que fazia dessa saudável concorrência um diferencial em cada noite festiva. Em meio a essa descontração ficava difícil escolher o pavilhão mais animado. Montava-se o parque infantil completamente interagindo com a festa. As “canoas de madeira”, o “trem fantasma”, “o Tira-Prosa” e a barraca da “Monga, a mulher que vira macaco” eram brinquedos esperados por todos aqueles que curtiam a chegada do evento. Hoje praticamente só existem brinquedos infláveis e mini roda gigante. Além das atrações principais existiam grupos de cultura popular em vários pontos da festa formando geralmente grandes círculos com a participação do público. A “enganação” dos ambulantes na “dança das tampinhas” e nas “mágicas de baralhos” era uma atração a parte. Não existiam espaços vazios. Tínhamos prazer em circular nas ruas e sentir o aroma do milho verde, da pipoca, da maçã do amor e do rolete de cana. Era uma festa lúdica, harmônica e grandiosa. Infelizmente isso mudou! Perdeu-se na essência e na história.
   Da mesma forma que acabaram a Festa do Rosário em Jaguaribe e a Festa das Hortênsias em Cruz das Armas, não tenho dúvidas que mais cedo ou mais tarde a Padroeira da Cidade ficará apenas na lembrança de alguns poucos que tiveram o privilégio de vivenciarem uma das mais tradicionais festas de rua da cidade.  É lamentável!
  
  

Cidade Peneira



   Atualmente está quase impossível trafegar pelas ruas de João Pessoa sem cair em um buraco qualquer. É a cidade peneira!  Até há pouco tempo, existia uma desculpa generalizada por parte da Prefeitura colocando sempre a culpa no Governo, no caso a Cagepa, que levava sempre a pancada no lombo como o verdadeiro responsável pelos buracos da capital. Hoje, porém, vivemos um único modelo de gestão e essa justificativa passou a não existir.
   Não venho aqui julgar a gestão municipal como o único responsável por essa triste realidade. Há de se convir que as recentes chuvas e o inverno rigoroso têm muito contribuído para deteriorar essas avenidas, mas o que vemos é praticamente todas as pistas de rolamento em estado deplorável e sem as mínimas condições de uso. O que mais impressiona é saber que até avenidas que foram recentemente asfaltadas estão precisando de um novo recapeamento e isso deixa no mínimo um questionamento a ser feito pela população. Será que o asfalto é de péssima qualidade ou não existe um estudo mais elaborado para a realização dessas obras? Será que tudo que se tem feito é apenas para iluminar os olhos da população e dizer que a prefeitura está trabalhando pela cidade? Onde está o erro? No planejamento? Na compactação do terreno? Na falta de estudos preliminares? No material empregado? Na competência das empreiteiras?
   É claro que toda e qualquer obra tem seu prazo de validade, mas estranha uma avenida que mal foi inaugurada estar passando por esse tipo de problema. Existe em João Pessoa várias ruas nessa situação. Seja no Bessa, na Cidade Verde, Mangabeira, Bancários, Roger, Valentina, no Geisel, Manaíra, Tambaú, no Varadouro, em todos os bairros e até nos principais corredores da capital já não se transita com tranquilidade.  Buracos e mais buracos transformam nossa rotina num verdadeiro inferno. Alguns deles estão perto de fazer aniversário. São pneus cortados, carros danificados, placas perdidas, visitas permanentes a oficinas e aborrecimentos quase que diários. Como se não bastasse o transito caótico e infernal, está praticamente impossível transitar na cidade por causa dessas crateras. O pior é que, com a chuva, geralmente esses buracos são cobertos pela água e passam despercebidos pelos motoristas desavisados provocando verdadeiros acidentes e prejuízos.  Um verdadeiro caos!
   Logo, logo as chuvas irão parar e até prevejo o que vai acontecer: uma verdadeira operação tapa-buracos será implantada, mas nada adiantará se não houver qualidade e garantia nos serviços, comprometendo, mais uma vez, a sua durabilidade. Como sugestão, que se realizem essas reformas no período noturno, assim como acontece nas grandes capitais. Seria a melhor forma de amenizar o constrangimento que todos nós passamos. É sempre bom lembrar que todo e qualquer cidadão merece o mínimo de respeito, afinal dinheiro público não é para ser jogado no ralo e nem tão pouco em eternos e infinitos buracos.

Lembrando a História


  Não queria mais falar sobre isso, mas não tem como deixar de esclarecer o que a maioria da população não sabe e nem tão pouco se interessa saber. Já escrevi livro sobre o assunto, pesquisei, gastei com documentos e jornais da época, viajei em busca de informações concretas, escutei atores remanescentes, aturei muitos equívocos, dei palestras, participei de debates em rádios e televisões, interagi com historiadores e conhecedores da causa, escutei os dois lados sem denegrir nem tão pouco julgar o certo ou o errado disso ou daquilo. Na minha pesquisa não tive em momento algum a intenção de denegrir imagens ou estimular discórdia. Muito pelo contrário! Tudo que escrevi, está lá, devidamente documentado para quem quiser tirar as suas próprias conclusões. A verdade é que já se passaram tantos anos que os próprios historiadores, mesmo os da nova geração, preferem se acomodar ou amordaçar a própria consciência sem nenhuma responsabilidade com os motivos que culminaram na revolução de 30 e a conseqüente mudança do nome da Capital e da bandeira do nosso Estado.  Até aí, tudo bem! Mas não posso admitir que o Sr. José Octávio de Arruda Melo, historiador das “antigas” e que tem vários livros publicados sobre o assunto, venha querer dizer em artigo publicado na revista ”A Semana”, (edição n.614 de 22 a 29 de Julho) que o meu livro seja “falso”. Isso não! Dizer que sou ligado aos perrepistas é outra justificativa inverídica. O  que o Sr. José Octávio não sabe é que a minha família por parte de pai foi defensora da “Aliança Liberal” enquanto a família da minha mãe ficou dividida entre “Liberais e Perrepistas”. Nesse caso, fico extremamente à vontade para falar no assunto.  Além disso, tudo que está escrito em meu livro, já foi citado em outros livros ou em artigos de jornais publicados pelos próprios protagonistas da época. É verdade que muitos destes livros foram queimados ou confiscados pela “divina providência política” ou por aqueles que foram contra a democracia. Mas está lá! É só procurar ter acesso ao que restou e ler!
   Quando estive vereador puxei o debate sobre o tema. Muita gente a princípio criticou e houve até ameaças grotescas e opiniões infundadas de que eu estava colocando um projeto na Câmara Municipal querendo mudar o nome da cidade. Isso nunca existiu, nunca aconteceu! É Tudo mentira! Até porque não é prerrogativa da Câmara a mudança do nome da Capital e sim da Assembléia Legislativa.  O que eu falei, e torno a falar, é que está previsto na Constituição Estadual de 1988 um plebiscito para consultar a população se ela quer ou não que mude o nome da Capital e conseqüentemente a bandeira do Estado. Isso é fato! Mais cedo ou mais tarde haverá de acontecer essa consulta popular e é por isso que acho que a história deve ser conhecida, tanto na versão contada pelos vitoriosos como na contada pelos perdedores, para que possamos pelo menos ter a liberdade de optar se é certa ou não essa mudança.
   O que sempre me incomodou nisso tudo, é o descaso em relação ao assunto pelos historiadores tendenciosos que só se preocupam em permanecer insistindo na teoria mentirosa e arcaica da história “oficial” e no endeusamento de João Pessoa. É fácil compreender. Muitos deles até hoje sobrevivem desse fato e admitir o contraditório seria uma espécie de suicídio de sua própria história.
   Nunca tive nada contra o cidadão João Pessoa. É isso que muita gente não entende, sejam familiares ou pessoas ligadas aos liberais da época.  Muito pelo contrário! Como gestor, João Pessoa poderia ter se revelado como um grande administrador pela vocação natural de engenheiro que tinha e feito uma excelente gestão. Acontece que o seu governo de apenas 1 ano e 9 meses foi marcado por conflitos e mergulhado numa guerra civil causada pelo seu próprio temperamento. Se não tivesse sido assassinado por João Dantas, jamais entraria para a História.  A morte de João Pessoa, no entanto, foi usada pela Aliança Liberal como a bandeira principal da revolução. Usaram João Pessoa literalmente, embalsamando seu corpo e passeando de capital em capital, culpando o governo federal pela sua morte e evocando ao mesmo tempo a revolução. E logo ele que detestava revolução e que dizia constantemente “preferir mil vezes a vitória de Júlio Prestes a melhor das revoluções”. Deve ter se estremecido dentro do caixão quando Assis Chateaubriand exibia o seu cadáver como um troféu em fervorosos discursos da Aliança Liberal. E que revolução? Se analisarmos minuciosamente os fatos veremos que nunca houve essa tal revolução. Revolução é quando efetivamente se muda a estrutura econômica e social de um País. E o que mudou em nosso país? A implantação do voto feminino e as Leis trabalhistas? Ora, isso já era uma reinvidicação da sociedade que mais cedo ou mais tarde iria acontecer.  A revolução de 30 não foi nada mais do que a destituição de Washington Luis e a subida ao poder de Getúlio Vargas, que, diga-se de passagem, implantou o regime ditatorial no Brasil. Nada mais do que um golpe de Estado e o começo da ditadura.
   Assim como a história de João Pessoa, o Brasil está cheio de controvérsias. Não sou eu agora que vai mudar isso. No entanto não posso deixar de dar a minha opinião sobre o assunto. Da mesma forma que acho um desrespeito se colocar uma feira de caprinos em meio às comemorações pela morte de João Pessoa, acho também que foi um desrespeito particularizar a nossa história em um momento que se misturou comoção com imposição, trazendo prejuízos para a nossa identidade e auto-estima. Quase ninguém sabe quem foi João Pessoa. Pergunte! Quase ninguém sabe o significado da nossa bandeira. Pergunte! Quase ninguém sabe o significado do NEGO. Pergunte!Faça a sua própria pesquisa e tire as suas conclusões. Se hoje praticamente ninguém conhece a nossa história, imagine daqui a 100, 200 ou 300 anos.  Além disso, uma história de sangue e de luto jamais deveria ser motivo de orgulho. É o que penso!

quarta-feira, 20 de julho de 2011

A pedra e a vidraça



 É fácil ser pedra, o difícil é ser vidraça! Quem nunca na vida ouviu esse argumento ou desculpa para justificar algum ato ou demonstrar insatisfação por um motivo qualquer? Às vezes, pedras são jogadas para pressionar aquilo que se quer com justificativas relevantes. Outras vezes, são pedras mal intencionadas e oportunistas visando perturbar a ordem ou tirar proveito em causa própria. Isso me faz lembrar um fato acontecido, aqui mesmo, na década passada, mas não tão distante.
   Em Julho de 2002, quando a prefeitura aumentou as passagens dos transportes coletivos em R$ 0,10 (dez centavos), houve uma reação imediata de todos os usuários de coletivos, principalmente dos estudantes. Mesmo sendo um aumento relativamente pequeno, as pessoas que usam o ônibus como meio de transporte, sentiram no bolso o peso da injustiça e foram pedir uma audiência com o prefeito da época. Até aí, tudo bem! Faz parte da democracia reivindicar aquilo que lhe é de direito e as pessoas tem mais é que lutar por aquilo que acreditam.
   O que o Prefeito em exercício Haroldo Lucena não sabia, era que uma grande manifestação tinha sido arregimentada pelo então “grevista” Ricardo Coutinho, na época Deputado Estadual que, com oportunismo ou sabedoria política, se colocou à frente do movimento incentivando os estudantes a invadirem o prédio da Prefeitura provocando euforia com fortes riscos de quebrar o patrimônio público. “Quebra, quebra!”. Era esse o grito de ordem! Houve reações e por pouco não aconteceu uma grande desordem. O carro de Dr. Haroldo ainda chegou a ficar encurralado pelos estudantes enfurecidos, encabeçados pelo então defensor daquela causa. As coisas mudam!
   Naquela época não existia pessoa mais “pedra” do que o governador atual. Não podia acontecer qualquer movimento que logo ele aparecia para dar a sua pedrada. Foi assim com o aumento das passagens, a greve da polícia, greve dos servidores públicos, ambulantes e tantos outros. Quase toda categoria foi defendida por ele com garra e determinação. A voz é do povo, quem manda é o povo e a razão será sempre do povo! E tome pedrada! Era assim que se comportava e, aos poucos, construiu a sua história.
   Não venho aqui atirar pedras nem tão pouco ser vidraça de franco atirador. Estou apenas refrescando a memória das categorias que foram defendidas pelo parlamentar na época e hoje se sentem traídas pela falta de atenção, diálogo e compromisso. Em outras palavras, a vidraça não aceita pedras!
   O mundo da voltas e, mesmo que essa volta tenha como resultado a conquista do poder pelo poder, é sempre bom lembrar e ficar atento às ações e reações advindas de qualquer que seja o cidadão. Se como vidraça seu pensamento mudou, melhor seria ter sido mais cauteloso ao atirar pedras, até porque seu objetivo era alcançar a vidraça e a pedra de hoje pode ser a vidraça de amanhã, como foi no seu caso. Eis a grande contradição!
  

sexta-feira, 15 de julho de 2011

O ALIMENTO DA ALMA


  Não há coisa melhor do que estar em paz consigo mesmo. Embora o mundo esteja fervilhando ao seu redor numa mistura de violência, injustiças e contradições, o bom da vida é saber que você pode andar de cabeça erguida sem ter que se recriminar de alguma coisa errada que por ventura fez. Ninguém é santo para dizer que nunca escorregou numa curva mal atrapalhada, mas quando se tem a consciência tranqüila e renovada, a alma compartilha com a leveza do espírito e fatalmente evolui para um plano mais coerente e confortável. É o plano superior, aquele que alimenta a alma.
   A vida é um eterno aprendizado e cheia de surpresas. Algumas boas outras desagradáveis, mas nada disso interfere no que verdadeiramente representa seu caráter e a sua essência. Saber distinguir a verdadeira razão de viver é reconhecer a dádiva da sua própria existência.
  Há varias maneiras de se alimentar a alma. É um exercício constante que se deve fazer no seu dia-a-dia sem com isso fugir dos problemas de seu cotidiano. Observar a natureza e agradecer por se estar vivo e aberto ao mundo presente é uma delas. Respeitar ao próximo independente de sua classe social é outra. Abrir o coração para se ouvir um amigo que passa por um tipo de necessidade, compartilhar com uma dor, ajudar com uma palavra ou um simples gesto só faz engrandecer sua alma e sua existência. Uma boa música, cuidar do seu jardim interior, entrar em sintonia com a vida e conversar com o espírito todos os dias, são formas de se interligar com o universo e entender mais um pouco a missão que nos foi dada. Agradecer sempre!
   Às vezes costumo dizer que a humanidade não deu certo. O mundo não é mal, mas os humanos estão sempre procurando formas de sobrevivência imediatas sem a mínima preocupação em salvar o planeta que ele próprio habita. Nesse aspecto tornam-se maus e incoerentes.  A conseqüência disso, não tenho dúvidas, será sentida pelas próximas gerações. Talvez nossos filhos, netos e bisnetos não tenham a mesma sorte de terem uma qualidade de vida merecidamente compensadora, mas de qualquer forma sobrevivem a essa evolução.
   Embora tenhamos que nos submeter ao acelerado e constante progresso da tecnologia e das mutações permanentes que o planeta vive, é necessário olhar para si mesmo, respeitar o próximo e conviver em paz com nosso habitat. Entender a razão de nossa existência é fundamental para compreender melhor o mundo.Alimentar-se de bons pensamentos, amar, perdoar, dividir, ser verdadeiro, se solidarizar, ter uma vida digna e honesta é imprescindível para o crescimento espiritual e encontrar a luz. E é na Luz que se encontra a felicidade. O alimento da alma é conquistar essa luz, que mesmo quando refletida no pântano ou na lama, é límpida, transparente e nunca se suja.

domingo, 10 de julho de 2011

A CULTURA NA FOGUEIRA

  

   Um bom começo, mas sem estratégia de ação! É assim que a maioria das pessoas está definindo a recente ação do gestor e artista Chico Cesar em relação ao projeto “Fogueiras da Cultura” realizado recentemente em 10 cidades do interior paraibano. Embora seja uma idéia plausível, não posso deixar de pontuar algumas dessas considerações.
     As caravanas culturais sempre foram e será uma forma de levar o artista onde o povo está e é um modelo que deve ser reproduzido, disso não tenho dúvidas! Quem não se lembra dos circuitos universitários e das caravanas promovidas por várias instituições nos anos 70 e 80? Se a idéia é boa, no entanto, é necessário sedimentar o evento como forma de gerar credibilidade e respeito, tanto ao artista como a platéia, objetivando conseqüentemente a sua finalidade. O que adianta ter um caminhão palco, um bom som e iluminação, cachês para três maravilhosos artistas e tudo isso ser visto por uma platéia restrita formada por pouquíssimas pessoas? O que faltou? Planejamento? Divulgação?
   Existe atualmente uma ansiedade em querer mostrar serviço em relação à cultura e esquecendo-se de fortalecer os movimentos já existentes. Esse ano, por exemplo, jamais deveria deixar de ser feito um investimento em manifestações consolidadas como o Folia de Rua e o Carnaval Tradição. Da mesma forma o Governo não poderia deixar de apoiar o São João de Campina Grande e outras festas juninas pontuais, como é o caso de Bananeiras, Patos, Cajazeiras, Santa Luzia, entre outras. As quadrilhas estão minguando. Eventos que engloba a cultura popular, o artesanato e o folclore estão passando quase despercebidos. Não vejo razão para não acontecer o Fenart assim como não cabe vincular o Circuito do Frio ao Festival de Artes de Areia como uma imposição.
   A cultura é ampla e diversificada. Seja aqui ou em Cajazeiras, cada cidade ou região tem sua peculiaridade cultural. Uns se destacam pela sua gastronomia. Outros pelo seu artesanato. A música, o teatro, a cultura popular, a literatura de cordel, entre outras, está presente em quase todas as regiões. Ainda temos o potencial arqueológico e histórico para explorar. Tudo isso é cultura!  Da mesma forma que a fabricação de um “rolete de cana” ou a maneira de se amarrar uma “corda de caranguejo” é um dado cultural, não se pode fugir das tradições presentes em cada realidade. Promover a cidadania não é apenas fabricar eventos e sim provocar o desenvolvimento econômico sociocultural sustentável em cada uma dessas regiões. Ora, o público geralmente escolhe o que se quer ver, ouvir ou comprar. Não adianta querer impor um evento sem antes estruturar e preparar a população para sua assimilação. A não ser que se aproveite o público de um evento qualquer e o insira como nova proposta. Tem que existir cumplicidade entre o governo e os gestores culturais de cada cidade, tanto no planejamento quanto na divulgação, caso contrário é jogar dinheiro público no ralo. Querer mudar o conceito de uma hora para outra é navegar a deriva com forte perigo de naufrágio ou colocar literalmente a cultura na fogueira!
   Enquanto o Congresso Nacional não vota o Sistema Nacional de Cultura, melhor seria fortalecer o FIC (Fundo de Incentivo a Cultura) e abrir os editais tão esperados pela classe cultural dando oportunidade aqueles que procuram organização na busca constante do mercado de trabalho. Pelo que eu sei, até o Conselho Estadual de Cultura está desativado quando já deveria estar havendo propostas para a sua reformulação. De qualquer forma, fica a sugestão!
  
  
  


domingo, 19 de junho de 2011

Adeus Alavantú, Adeus Anarriê!

O Nordeste sempre foi a região do Brasil onde se mais comemora a trilogia festiva de Santo Antônio, São João e São Pedro. Mesmo sabendo do valor religioso dessas datas, não dá para negar que a festa é profana. Talvez pela tradição da música, da forma de dançar, das brincadeiras típicas da região e da simbologia da fartura que ela representa, transforme o povo numa só alegria. Campina Grande continua fazendo o “Maior São João do Mundo”, e por causa disso, a Paraíba é sempre destaque nacional. Só temos que festejar! No entanto, muita coisa precisa ser revista, para que a tradição não seja atropelada descaracterizando o que ainda resta de cultura popular desse importante festejo.
   Na minha adolescência, conheci o São João de Santa Luzia e o São Pedro de Itaporanga, consideradas as melhores festas juninas da época. Além da alegria e da comida típica, tínhamos a harmonia da celebração das tradições que hoje pouco se vê na maioria das cidades interioranas. Bananeiras, por exemplo, ainda resiste, mas não tem o apoio merecido de grandes patrocinadores. Na verdade, a transformação cultural das festas juninas tem se dado a cada ano pela interferência do “novo” ou pela falta de incentivo e vontade política de resgatar ou manter nossos costumes.
   Quadrilhas juninas, por exemplo, foram transformadas em verdadeiros espetáculos que lembram mais o carnaval. As roupas são confeccionadas ao estilo gaúcho e a dança substituída por passos estilizados que mais parecem coreografias de academias. Ganhou-se no luxo, mas perdeu-se na genuinidade! Sem tirar a beleza da plasticidade que elas representam dificilmente você vê quadrilhas juninas com meninas usando o tradicional vestido de chita e rapazes com calças esfarrapadas e chapéu de palha. O “Alavantú, Anarriê” é outra tradição que foi praticamente extinta no roteiro delas, e hoje é quase impossível encontrar um “marcador de quadrilhas” que conheça seus passos e evoluções. Enquanto brincadeiras e simpatias estão desaparecendo, o famoso “pau de sebo”, as “puladas na fogueira”, “a corrida do ovo na colher”, o “correio elegante”, o “casamento matuto”, o “quebra panela”, a “corrida de saco”, o “jogo das argolas”, a “pescaria” e tantas outras expressões estão cada vez mais raras. Até mesmo a fogueira junina, característica marcante dessas festas, está fadada a morrer. Isso mesmo! Já teve até vereador fazendo projeto para extingui-la do cenário junino por contribuir com a destruição da camada de ozônio. Com todo respeito à natureza, a meu ver, acho um exagero já que se trata de um evento sazonal. Caso isso realmente aconteça onde iremos assar o milho e a batata doce? Já pensaram nisso?
   Assim como o tradicional forró “pé de serra” vem perdendo espaço para o “forró de plástico” ou “forró estilizado”, não dá para negar a influência da mídia e a aceitação do povo em torno desse novo estilo. Quando um conceito cultural entra no inconsciente coletivo, dificilmente você muda isso, e o que é chamado de “novo” passa a fazer parte da tradição incorporando-se à cultura. Temos que respeitar essa realidade.
   Independente do que virá no futuro, o São João nunca deixará de ser a expressão maior do povo nordestino, porém as modificações visíveis da nossa cultura certamente vão alterar a essência dessa manifestação e o que hoje se denomina de “estilizado” amanhã certamente será lembrado como folclore ou para-folclore. Ao que me parece, só nos resta dizer: Adeus Alavantú, adeus Anarriê! Podem escrever!
   Texto publicado originalmente em 19.01.2011
  

A cidade dormitório


  Afora o trânsito caótico de João Pessoa, o som das buzinas desrespeitosas e o barulho provocado pelos infernizantes carros de som fazendo propagandas de lojas ou anunciando a próxima reunião do orçamento democrático, João Pessoa poderá sim entrar no rol das cidades fantasmas. É que está cada vez mais difícil conviver e trabalhar numa cidade onde não se tem respeito a empresários, fornecedores e artistas que dependem da noite para sobreviverem.
   Esse disciplinamento que começou na gestão municipal passada, de certa forma criou uma situação confortável para o cidadão que tem todo o direito de, após um dia de trabalho, descansar no seu doce lar usufruindo da tranquilidade e da paz familiar. Até aí, tudo bem. Mas como fica os jovens, que querem sair para a noite, escutar uma boa música e se divertir na companhia de amigos ou familiares até quando bem quiser sem nenhuma restrição horária e com segurança?
   Quando estive vereador, me acusaram de querer implantar a Lei Seca e fechar os bares da cidade como forma de disciplinar a violência. No entanto, esse projeto nunca existiu! Desafio qualquer pessoa a pesquisar nos arquivos da Câmara e publicá-lo. O que na verdade existiu é que fui procurado por cinco proprietários de bares e restaurantes, que, tendo seus estabelecimentos assaltados, queriam que eu fizesse um projeto de Lei garantindo aos restaurantes terem segurança obrigatória paga em parceria com o poder público. Aqueles que não estivessem dentro dos padrões estabelecidos, aí sim, fechariam suas portas mais cedo. Conversando, na época, com o procurador do município, fui informado ser impossível implantar um projeto dessa natureza por ser inconstitucional e gerar despesas públicas. Além disso, segurança pública é obrigação dos poderes executivos. A discussão não foi adiante e acabei sendo julgado erroneamente pela mídia. Ora, como músico e defensor assíduo da classe, jamais colocaria um projeto que iria restringir exatamente o nosso mercado de trabalho. O que fiz na verdade foi um projeto de Lei disciplinando o uso de som em porta malas de veículos particulares em determinados locais, verdadeiros produtores da poluição sonora, e que infelizmente até hoje não foi posto em prática pelo Poder Municipal. Essa Lei sim, existe, foi sancionada e nunca foi implantada. Percebo que existe uma confusão na cabeça das pessoas em relação a essa questão, mas nada melhor do que o tempo para esclarecer e colocar “o ponto nos is”.
   Enquanto a cidade cresce turisticamente no boca a boca de quem a conhece, equipamentos de lazer são ameaçados e perseguidos e o que vemos hoje são bares e restaurantes sendo fechados, seja pela falta de segurança ou pelo exagero causado pelos órgãos de fiscalização, leia-se SEMAM, VIGILÂNCIA SANITÁRIA, SUDEMA, que muitas vezes não corresponde à justa causa dos que são fiscalizados. Já vi, por exemplo, em lugares que praticamente não existem moradores, uma festa, um show ou um evento ser interrompido antes mesmo da meia noite por causa de um único morador incomodado. O Centro Histórico é uma das áreas em que ocorre esse tipo de situação.
   O fechamento das barracas do Bessa, a restrição de música ao vivo na maioria dos bares da cidade e a possível interdição do complexo do Jacaré é um retrocesso imperdoável para quem quer entrar no rol dos destinos turísticos do Brasil. É necessário que os governos, tanto municipal como estadual, façam uma interferência e abra o diálogo com a União e o Ministério Público Federal no sentido de encontrar uma solução pacífica para o impasse. Cadê o “Projeto Orla” que até hoje não saiu do papel? Onde está a sensibilidade dos governantes que até agora não fizeram nada além de perseguir ou demolir? E como ficam os empresários e os produtores culturais que muitas vezes investem, se comprometem e acabam levando um prejuízo sem nem ter chance de se defender? Para onde vão essas famílias que dependem desses equipamentos para sobreviverem? Muitas vezes, esses empresários, mesmo estando devidamente licenciados são perseguidos com autoritarismo e incompreensão, quando não são multados ou no mínimo ameaçados de fecharem seus estabelecimentos. Da mesma forma músicos são reprimidos e enxotados de palcos e eventos, enquanto garçons, cozinheiros, vigilantes e fornecedores se vêem desempregados da noite para o dia, e o que é pior, sem nenhum aviso prévio.
   Como se não bastasse a falta de segurança para garantir a diversão tranquila do turista ou de qualquer cidadão, os empresários estão cada vez mais inseguros nos seus investimentos o que pode causar, em curto prazo, uma debandada destes equipamentos para outras cidades ou estados. Pelo menos é o que tenho ouvido da maioria deles. Caso isso aconteça, decididamente, seremos transformados numa cidade dormitório. Infelizmente!
Texto originalmente publicado no site clickpb.com.br em 07.06.2011

Você Votou!

 Estive viajando pelo interior da Paraíba e fui surpreendido por cidadãos comuns, de simples a formadores de opinião, arrependidos e ao mesmo tempo indignados com a postura do atual Governo estadual em relação a vários segmentos. Uns chegaram a dizer que "na Paraíba foi implantada a ditadura". Sinceramente, ainda acho cedo para avaliar, mas não posso me furtar de opinar sobre o que estas pessoas pensam e comentam. 
   Por mais que se diga que o povo é soberano não tem como se negar que quando os governantes querem forjar a unanimidade em torno de uma gestão, dificilmente a soberania do povo é exercida. Ora, você votou! Nesse caso, se torna bastante claro o quanto os eleitores ainda não aprenderam a assumir a responsabilidade do voto! A sucessão de decepções parece sempre levar a uma aposta naqueles que se apresentam com a promessa de um novo cenário político, econômico e social. E, diante desta perspectiva, o eleitor se deixa levar sem maiores reflexões.
   Já vimos no Brasil vários políticos ditadores, a maioria proveniente da direita ou da extrema direita, que foram ovacionados pelo povo e, depois de serem rejeitados, voltou nos braços deste mesmo povo que um dia os elegeu. Entretanto, mesmo estando distante dos regimes totalitários, percebemos fortes resquícios de prepotência com posturas ditatoriais em governos que se dizem embasados no Socialismo.
  O exercício do Poder nesses casos se mistura a personalidade do governante e muitas vezes fazem perder a noção do limite. Embora alguns eleitores e militantes inconscientes cheguem a admirar aquele que governa com "pulso forte", muitos passam a seguir o seu líder sem sequer admitir questionamentos.
  No entanto, "pulso forte" não é domar liderados uniformizando as suas idéias e os obrigando a rezar na cartilha de seus pensamentos e de suas vontades. "Pulso forte" não é humilhar, driblar, sufocar, planejar traições, mandar calar, fechando as portas para o diálogo e a convivência.
   Não cabe a mim nem a quem quer que seja julgar essas pessoas, até porque, "julgar exige que você se considere superior a quem você julga", mas não tenho dúvidas da incerteza política que ora vive a nossa querida Paraíba. Em outras palavras, o que senti nesses comentários é que foi plantado um clima nebuloso de insegurança e medo que só tende a aumentar caso o governo não diga a que veio.
  Será que o povo paraibano está verdadeiramente no comando do seu destino? Ou será que assistimos a mais uma ilusão?

Texto publicado originalmente no site click.pb.com.br em 22.11.2011

domingo, 29 de maio de 2011

SALVEM A ORQUESTRA!



 

 

 




   É revoltante e porque não dizer, hilariante, o que está acontecendo com a Orquestra Sinfônica da Paraíba. Fundada no dia 4 de novembro de 1945 pelo Prof. Afonso Pereira dos Santos, a Orquestra Sinfônica da Paraíba, (OSPB), teve sua primeira apresentação oficial no dia 29 de Maio de 1946 sob a regência do maestro Francisco Picado.
  De lá pra cá, foram muitas alegrias que a orquestra nos trouxe, mostrando sempre harmonia e admiração por todos que curtem a boa música. Alguns regentes que se colocaram a frente da OSPB, a exemplo de Carlos Veiga, José Alberto Kaplan, Eleazar de Carvalho e o maestro paulista Marcos Arakaki, sempre souberam impor sua dualidade cósmica musical aos nobres e competentes músicos que a orquestra compõe.  Com brilho e competência maestros como Miguel Angel Gilard, Isaac Karabtchevsky, John Neschling, Claudio Santoro e Roberto Tibiriçá deram sua total contribuição para que solistas renomados como Nelson Freire, Aldo Parisot, Janos Starker, Artur Moreira Lima, Boris Berman, Bruno Giuranna, Jian Wang, Antonio Guedes Barbosa, Leonardo Altino, Jacques Klein, Elizabeth Lopez e os paraibanos de saudosa memória, Radegundis Feitosa e Sivuca, entre outros, mostrassem seus talentos e se apresentassem a frente da OSPB.
  Nos anos 80, a OSPB foi aclamada como a melhor orquestra do Brasil, a que tinha os melhores salários e seus músicos reverenciados e respeitados. Não faltavam elogios em jornais de todo o país para aquela que era considerada a melhor de todos os tempos. Não foi a toa que as Muriçocas do Miramar, homenagearam a OSPB em um dos anos de seu tradicional desfile, como forma de reconhecimento a esses músicos que só enobrecem a nossa querida Paraíba. Naquele ano, tive oportunidade de ser acompanhado pela orquestra, em um concerto histórico de carnaval, o que pra mim, é motivo de muito orgulho.
  Infelizmente isso mudou! O que atualmente vimos é uma classe desestimulada, sofrida e humilhada pelos baixos salários e o que é pior, subordinados ao poder.
  Com todo respeito que tenho ao regente atual João Linhares, que tive o prazer de dividir palcos em épocas passadas, não se pode admitir imposições a colegas de profissão com tamanha irresponsabilidade, tentando humilhá-los com um tratamento indigno e superficial. Isso não é normal na nossa classe.
   Mesmo sabendo que João Linhares tem sua competência como músico e arranjador popular, sabemos que o mesmo não tem formação didática de regência. A sua indiscutível competência nessa área da música popular não lhe dá os requisitos fundamentais para reger uma orquestra, principalmente quando se trata de música clássica e erudita. Numa comparação a grosso modo, é como se um médico Clínico Geral quisesse fazer uma operação cardíaca em algum paciente enfartado. Cada macaco no seu galho!
   Conversando com alguns músicos, fiquei sabendo de fatos que a princípio poderia até pensar não serem verídicos, não fosse a seriedade destes profissionais. É verdade, amigos, infelizmente!
  A Orquestra Sinfônica da Paraíba sofre hoje o maior exemplo de abuso de poder de todos os tempos. Não existe diálogo entre os músicos e o maestro. Quando um músico, por exemplo, discorda de alguma questão e não se tem argumento por parte de seu regente, simplesmente é imposta a condição da força e da brutalidade. “É assim que vai ser, e pronto!”, “Se tiver achando ruim que saia!” Onde está o diálogo e a democracia?
   Recentemente um dos seus músicos foi posto para fora, no meio de um ensaio, apenas por não querer tocar em baixo de uma goteira. Um absurdo! Uma semana depois o Maestro teve de se curvar ao apelo popular de seus colegas para que o mesmo voltasse. Ora, isso não poderia ser evitado? Pra que tanta precipitação nas decisões? Pra que humilhar um colega de trabalho? São questões que poderiam ser evitadas com um mínimo de senso e compreensão, até porque o salário desses músicos não condiz com a história bonita e grandiosa da orquestra. É outro fato importante.
   Atualmente, um músico da Sinfônica ganha em torno de R$ 770,00 à R$ 1.200,00. Sinceramente acho muito pouco, pelo tamanho da responsabilidade, para ensaiar durante a semana e fazer dois concertos ao mês. Além do mais, a manutenção de cada instrumento é por conta do próprio músico. Vocês sabem quanto custa às cordas de um violino, um violoncelo ou de um contrabaixo? Não?  Procurem saber que vocês vão entender do que estou falando. É praticamente impossível sobreviver a essa realidade assim como é difícil entender a razão do brilhante violoncelista Nelson Campos que atualmente mora no Chile e vem uma semana antes para participar dos concertos. Pela competência de Nelson não é preciso nem ensaiar, mas há de se convir que não seja justo esse privilegio dado a um em detrimento de outros. Nesse caso o senso de igualdade passa longe da justiça.
Uma orquestra não sobrevive sem a total harmonia entre o maestro e seus músicos. É necessário ter sintonia plena entre o líder e seus liderados para que a música possa fluir de forma positiva e harmoniosa. Cabe ao maestro João Linhares e ao Secretário de Cultura Chico Cesar efetivar essa harmonia. Caso contrário, vamos desafinar...
  A música vem do astral e é iluminada pelo silencio das estrelas. Não vamos deixar que essa nuvem passageira comprima nossa música e traga como conseqüência o fim da OSPB. Salve a música! Salvem a orquestra!


Artigo originalmente publicado no site www.clickpb.com.br em 25 de Maio de 2011.